HOMEM & AMEBA

A liberdade de questionar, refletir sobre tudo, e fazer escolhas, não é um direito, é da natureza humana, é o que nos difere das amebas.

I+qP

INTRODUÇÃO


Não há nada perfeito no universo, exceto a imperfeição, este o elemento criador da diversidade infinita das coisas e dos seres do universo.

A imperfeição foi a causa de tudo o que existe e será causa de tudo o que existirá. Dos átomos às galáxias, da diversidade das espécies à sua evolução. Do nascimento dos seres às suas ações e reações. A perfeição aparente de tudo só foi e é possível graças à reprodução imperfeita. É o imperfeito mais que perfeito (I+qP).

As respostas a todas as questões, da mais comezinha - por que sou como sou - até as mais existenciais - existe um Deus criador de tudo, onipresente, onisciente e onipotente? - encontram resposta no I+qP.


Não  há como impedir a dinâmica intrínseca dos sistemas, humanos ou não, pois tudo é dinâmico no universo, por princípio fundamental. Esta é a lei que rege tudo. A única que permite que as coisas existam tal como são. E qualquer alternativa que possa ser imaginada traria, obrigatoriamente, um resultado completamente diferente deste que conhecemos.

Gosto muito do Mario Sergio Cortella, filósofo, professor, um pensador contumaz. Ele apresentou uma palestra muito interessante. Ela está na internet. Assista pois é bem a propósito desta introdução.

Apresentar e justificar este princípio de visão das coisas é meu objetivo neste conjunto de reflexões com a pretensão de ser um Tratado do Imperfeito Mais Que Perfeito. Tal proposta implica um desafio e um compromisso em apresentar, esmiuçar e analisar, todas as variáveis que possam, minimamente, fazer parte dos alicerces comprobatórios da hipótese proposta.

Tenho consciência da complexidade da tarefa. Não sem razão venho adiando seu início. Neste momento (não garanto não mudar de ideia no futuro) resolvi tratar cada conceito - as variáveis do processo - independentemente dos demais, ao sabor, principalmente, das motivações provocadas pelas minhas vivências do dia-a-dia, e sem me preocupar com uma concatenação lógica, isto será resolvido naturalmente pela lógica do pensamento de cada leitor ao longo da jornada pelos labirintos inerentes à reflexão.

A motivação de fundo que me impulsiona não é a de convencer ninguém de qualquer das ideias, afirmações, conceitos, que vou expor. Confesso que ela é totalmente egocêntrica. Explico. Depois de muitas décadas, ganhei consciência de que a matrix (*) da qual sou detentor por herança genética, produz ações, mas principalmente, reflexões, completamente "fora da curva". Desde então, e reforçado pela chegada dos netos, passei a ter interesse em registrar minhas opiniões, senão como legado ao futuro, pelo menos como retrato de quem eu fui quando passei pela vida.

Nas tantas oportunidades em que participei de debates acalorados, tenham sido eles apenas de exercício intelectual ou de disputa de posição no ambiente profissional, aprendi que ninguém convence ninguém de coisa alguma. O máximo é o outro se deixar convencer, ou por estratégia, ou por interesse não explicitado, ou por respeito hierárquico, ou simplesmente porque adota a opinião apresentada porque não tinha nenhuma para opor.

Me alio ao físico Max Planck (1858-1947) que um dia sentenciou: "Uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo-os ver a luz, mas sim porque seus oponentes eventualmente morrem, e a nova geração que cresce é familiar com ela". Eu acrescentaria que toda nova geração está livre de pré-conceitos, condição essencial para a absorção de novas proposições.

Planck se referiu a "uma nova verdade científica" porque este era seu campo de atuação. Mas vale para qualquer área do conhecimento humano. Os que estão por vir são os que abraçarão novas ideias (os adolescentes do mundo validam esta afirmação). 


As novas gerações encontram propostas novas e muito mais interessantes. Meus filhos nasceram com a realidade da TV em cores; meus netos com o tablet, a internet e as redes sociais; e meus bisnetos viverão a "conexão das coisas" e o que nossa imaginação ainda não é capaz de ver.

Mas para toda "cara" existe uma "coroa". Os novos também resgatarão experiências do passado que foram abandonadas por ineficazes ou improdutivas. Costumo usar a expressão "tem sempre pato novo" para justificar a volta de ideias ultrapassadas porque os "novos" não sabem que o que propõem é velho. Muito tempo se passou e os novos, por preguiça, fuga, ou medo, preferem não indagar se suas "as verdades" já foram testadas em outros tempos. 

E assim se faz o caminhar da evolução humana. Em idas e vindas. Dois passos à frente, um para trás. Em ondas. Em ciclos. Em perdas e ganhos. Um pendular eterno.

Tudo parece indicar para um grande jogo de forças opostas. E é. A minha meta, portanto, será conseguir lhe mostrar quais são as regras do jogo. Escolher as melhores jogadas é com cada um de nós, em atos solitários. Na competição da existência no Universo, não há vitória ou derrota, apenas um resultado do confronto de duas situações antagônicas, apenas uma consequência inevitável, sem prêmio, sem multa, sem valoração moral.

Paulo Vogel



(*) Matrix - denominação que dei ao conjunto de variáveis biológicas que nos faz ser como somos e re/agir como re/agimos. Optei por matrix em lugar de matriz, para não confrontar de modo algum com os fundamentos do conceito de "matriz do pensamento" usado pela psicologia.

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